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Em meio às trevas

Foto do escritor: W. CunhaW. Cunha

Atualizado: 29 de mai. de 2024

Olá, caro leitor! Seja bem-vindo ao início da Paixão de Cristo.


Jesus acabara de cear com os onze discípulos. Agora eles vão rumo ao Monte das oliveiras, em um local chamado Getsêmani. Enquanto isso, Judas Iscariotes chega aos fariseus para trair Jesus e conduzir os guardas do templo até Ele. Já no Monte, os onze tiveram o privilégio de entrar ao jardim, e assim, apreciar tamanha visão. Entretanto, desses onze, oito foram deixados à distância. “E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a sentir-se tomado de tristeza e de angústia. Então lhes disse: — A minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem comigo” (Mateus 26:37-38).


A alma de Jesus estava sendo tomada de grande pavor e angústia. Todavia, isso não Lhe impediu de orar, apenas O incentivou ainda mais. “E, adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: — Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres” (Mateus 26:39).


Inicia-se a maior guerra espiritual de todos os tempos. A divindade de Jesus sabe que tem uma missão a cumprir, porém, Sua humanidade está com medo da dor que havia de vir. Sua alma era tentada a acreditar que o peso de todos os pecados seria demais para Ele. O Filho de Deus sabia que teria de ser abandonado pelo Pai. O Rei dos reis estava para ser humilhado e despojado. O Senhor dos senhores seria vendido por um escravo do pecado. Que difícil luta estava ocorrendo na mente e no coração de nosso Salvador!


“E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo. E disse a Pedro: — Então nem uma hora vocês puderam vigiar comigo? Vigiem e orem, para que não caiam em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mateus 26:40-41). Logo mais, voltou a orar, “Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava” (Lucas 22:43). As trevas ficaram densas naquele jardim. Era uma grande batalha. O diabo não queria atacar os soldados, ele enviou todas as tropas do inferno para combater diretamente o Rei. Uma debilidade física estava crescendo em Jesus, acompanhada de um grande abalo moral, seguido de profunda emoção e pavor. O terror está no auge, no nível mais crítico. Sua alma estava perturbada. “ E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra” (Lucas 22:44). Não precisou de chicotes e lanças para fazê-Lo sangrar. O corpo de Jesus estava tenso ao ponto de expelir sangue. “E voltando, achou-os outra vez dormindo, porque os olhos deles estavam pesados; e não sabiam o que lhe responder. E, quando voltou pela terceira vez, Jesus lhes disse: — Vocês ainda estão dormindo e descansando! Basta! Chegou a hora; o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos dos pecadores. Levantem-se, vamos embora! Eis que o traidor se aproxima” (Marcos 14:40-42).


Gostaria de apresentar quatro pontos sobre o Getsêmani:


• A ORAÇÃO: Um dos atos mais íntimos que podemos ter com Deus é a oração. Uma conversa com Deus pode mudar um cenário inteiro, e Jesus sabia disso. As Escrituras incentivam o povo de Deus a orar a todo momento. Jesus cumpria esse grande conselho. Podemos ver que diante de uma grande batalha espiritual - a maior batalha espiritual da história - Jesus orou. O medo não Lhe impediu de Se prostrar diante de Deus e clamar por ajuda. Portanto, leitor, siga esse exemplo, “‭Orem sem cessar” (1Tessalonicenses 5:17).


• UM EXEMPLO DE ORAÇÃO: Lemos que Jesus se prostrou. Ele é o Filho de Deus, e estava completamente rendido diante do Pai. Devemos nos achegar a Deus com humildade, “Porque todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado” (Lucas 14:11). Também lemos que diante de todo peso que havia de vir, Ele não se rendeu à Sua vontade, mas pediu que fosse feita a vontade do Pai. O primeiro passo para aprender a orar é reconhecer o quão falho somos e o quanto Deus é perfeito. Devemos ter consciência de que nossa natureza caída não permite que façamos algo de bom. Só assim descobriremos qual é a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Romanos 12:2).

• A TENTAÇÃO: Caro leitor, sabemos que Jesus foi agressivamente tentado, mas teremos que usar um pouco da imaginação para poder entender o auge dessa luta. Todas as armas do inferno foram utilizadas contra o Salvador. Era o momento de fazer Jesus desistir. Não pouparam munição. Talvez o inimigo tenha dito que Jesus era incapaz de cumprir a obra. Ou talvez, que Jesus estava sozinho, abandonado pelo Pai e pelos discípulos. Também pode ter dito que Seu sacrifício seria em vão, pois a Igreja seria massacrada pelas forças do maligno. Não sabemos ao certo qual foi a tentação, contudo, sabemos que a batalha foi intensa ao ponto de fazer Jesus sangrar pelo abalo moral. Fica esse consolo para nós, Jesus enfrentou o mais alto grau de tentação e saiu vencedor. Hoje, Ele intercede por nós e nos ajuda nas lutas (Hebreus 4:14-16).


• O SUOR DE SANGUE: o fenômeno descrito por Lucas se chama Hematidrose, é bem raro de acontecer. De acordo com o médico Alexander Metherell, esse acontecimento está associado ao alto grau de estresse psicológico. A ansiedade extrema ocasiona a liberação de substâncias químicas que rompem os vasos capilares nas glândulas sudoríparas. Por causa disso, essas glândulas sangram um pouco, e o suor brota misturado com sangue. Jesus orou até sangrar. Era como se alguém estivesse esmagando Seu coração. Sufocando Sua alma com arame farpado. Mesmo ferido, o Rei segue no campo de batalha. Não podemos dizer que caímos em pecado porque não suportamos a tentação, ou que nosso temperamento contribui para pecar. Não sejamos nossos próprios advogados. Oremos até sangrar, mas não caiamos no pecado. Sejamos como nosso Senhor. Lutemos como nosso Rei. Até sangrar!


Caro leitor, não há maneira melhor de concluir este devocional com a declaração de que Jesus venceu. A guerra mais intensa foi vencida por Cristo. A oração é eficaz. Jesus agora está intercedendo por cada um de nós. O Espírito Santo leva nossas orações ao coração do Pai. E temos um Pai que nos ama e tem planos maravilhosos para nós (Jeremias 29:11). Não estamos sozinhos. Lute! Ore! Creia! Lembre-se: até sangrar. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (João 1:5 ).


Dou glória a Deus por cada palavra ministrada no meu coração.


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