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O menino e o Leão

Foto do escritor: J. V. A. J. V. A.

Atualizado: 10 de nov. de 2021

Em um certo dia, um menino corria em um parque ensolarado. Segurando firmemente a mão da mãe, ele passava disparado entre as árvores. O menino tinha cabelos e olhos castanhos, estava ofegante e pingando suor.


- Rápido Mãe! - Gritava o menino.


- Calma Tyson! Assim vai derrubar a cesta do piquenique!


- Não me importa o piquenique. Temos que ir rápido, antes que ele vá embora! - Responde o menino que solta a mãe e começa a acelerar.


Depois de correrem por alguns minutos, Tyson chega em uma clareira. O ambiente novo que se encontravam era vazio por natureza. As árvores - que ali eram grandes pinheiros - somente circundavam o local e, se houve algum animal, também esconder-se-ia no interior da floresta, deixando ainda mais deserto. Na clareira, só havia uma grama comprida que roçava nos joelhos. Mesmo assim, o pequeno menino reage surpreso, como se algo, que antes estivesse lá, desaparecera. A mãe, mais ofegante que o filho, aparece em seguida, apoiando-se nos troncos alongados. Ela tenta alcançar o menino, mas acaba por cair sentada na sombra de uma das árvores.


- Eu juro que vi um leão aqui. Ele era enorme e tinha uma juba muito bonita... – Dizia Tyson correndo em direção a mãe. Ela o ouvia pacientemente, mas não acreditava no que falava. Enquanto escutava a história do filho, ela aproveitava para montar o lanche, tirando cuidadosamente cada aperitivo de dentro da cesta.


- Que tal se nós comêssemos um pouco e depois fossemos procurar esse seu leão? - A mãe de Tyson sugeriu. Ele concordou e, em seguida, estavam os dois sentados debaixo da sombra de um dos pinheiros, comendo alguns sanduíches caseiros. Quando terminaram sua refeição, deitaram-se para tirar uma soneca. A mãe pegou no sono facilmente, mas o menino, inquieto, não poderia deixar o Leão para depois. Ele precisava provar que o que dissera era verdade. Então, Tyson levantou-se em silêncio e pé por pé circulou sua mãe para não a acordar. Logo, seguiu floresta adentro.


Lá dentro ele viu as flores mais coloridas que poderia encontrar. Rosas, verdes, amarelas, vermelhas, listradas, padronizadas... Uma perfeita mistura de tintas naturais. Acompanhando esse "show de arte", inúmeros pássaros voavam por entre as altas arvores. Eram muitas raças diferentes, cada uma com suas cores de plumagem que refletiam ao passar pela luz do sol. Ainda, gorjeavam as mais variadas melodias, algumas altas e agudas, outras mais graves e repetitivas. Qualquer que seja o lugar que estava, Tyson sentia-se como se nunca tivesse visto tal beleza em outro lugar. Seria o lugar magico ou apenas um dos mais estonteantes ambientes? Tyson não sabia e nem queria, ele tinha outro objetivo: encontrar o Leão que tinha visto.


Mesmo olhando para todos os lados, cantos e buracos, Tyson não conseguia encontrar o animal que tinha visto. Ele era uma criatura grande e majestosa. Como poderia se esconder tão bem em uma floresta tão pequena? Para o menino, a resposta veio rápida e precisa como uma flecha: distração. As cores das flores, os sons dos pássaros, as sensações que o ambiente causava dentro dele, tudo ao redor o impedia de se concentrar no que procurava tanto. Logo, uma ideia veio a sua mente. "Preciso sair dessa floresta".


Então, Tyson começou a correr. Ele não sabia para onde estava indo, mas ele precisava fugir daquela "floresta da distração". Todavia, uma frustração chegou. Por mais que ele tentasse passar por entre os altos pinheiros, ele não conseguia sair.  Com uma pedra ele marcava as arvores, pensado estar andando em círculos, mas ele nunca as encontrava novamente. Tyson sabia que estava indo em linha reta, contudo, nunca saia da floresta. Ele tentou escalar as grandes plantas, mas mal conseguia alcançar o primeiro galho.


E agora? Como sairia daquele lugar? Estava ele preso? Perdido no meio da floresta? O que ele deveria fazer? Essas perguntas não tiveram uma resposta. Ele estava lá, no meio das arvores, sem comida, bebida ou auxílio. Ele estava com medo, desamparado, procurando por uma ajuda que não tinha certeza se encontraria. Tyson, sentou-se em meio vegetação e, em lágrimas, gritou:


- Preciso de ajuda!


No mesmo instante o menino ouviu um som que o fez engolir seu choro à seco. Do fundo de algum lugar da floresta ele ouviu um barulho. Tão forte como o trovão e tão compreensível como o falar de sua mãe. Tyson ouviu um rugido. Era o leão. Ele secou de pressa as lágrimas, e correu em direção ao som. Quando pensou ter o perdido, ele o ouviu mais uma vez, alto e claro como se o chamasse. Assim, ele seguiu o rugido até passar por algo que parecia um portão feito de dois pinheiros caídos cruzados. Cansado, Tyson apoiou-se nos joelhos, respirou ofegante por alguns minutos e, em seguida, levantou-se novamente. E no segundo que olhou para frente, ele viu. Estava lá, em frente a ele, o leão que ele tanto procurava.





 
 
 

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